Contratar um crédito habitação é um grande compromisso financeiro. Mas, ao contrário do que muitos pensam, não é sinónimo de ficar vinculado à mesma entidade financeira durante todo o contrato. Hoje em dia, com as taxas de juro altas e a aumentar os encargos de quem tem um empréstimo, talvez seja melhor considerares a transferência do crédito habitação. Para tal, é importante saberes em que consiste a transferência, quais os custos associados e qual o melhor banco para transferir crédito habitação em 2024. Sabe tudo neste artigo!
Como baixar os encargos ao transferir crédito habitação?
A transferência de crédito habitação serve precisamente para quem já possui um empréstimo e pretende poupar ao mudar para outro banco com condições mais favoráveis. Para tal, tens de comparar as características do teu crédito habitação e compará-las com outras propostas existentes no mercado.
Os custos de fazer uma transferência variam, sendo no entanto hoje em dia quase sempre cobertos pelas instituições financeiras. Caso este não seja o caso, está pronto para desembolsar cerca de 1 040 euros em custos.
Nada melhor que fazer simulações reais, tendo em conta as tuas necessidades e características. Se estiveres em perigo de incumprimento, deves procurar baixar as tuas prestações mensais, de forma a pagar menos a cada mês. Se, por outro lado, apenas pretendes acabar a pagar menos juros, podes ter em atenção o MTIC (Montante Total Imputado ao Consumidor) no momento de transferência de crédito habitação.
Opções de transferência em vários bancos
Na transferência de um crédito habitação, podes diminuir a tua prestação mensal, diminuir o spread, alterar o prazo de pagamento e até diminuir o custo total do crédito. Basta escolheres a melhor opção, consoante as tuas necessidades. Para tal, importa saber os preços praticados pelos bancos.
Para este artigo, considerámos apenas simulações a taxa mista, pois com tantas variações da Euribor a taxa variável já não é a opção mais procurada.
O que propõem os bancos em 2024
Banco | Spread | TAN | Custos de transferência |
Activobank | Desde 0% | A partir de 2,8% | Cobertos |
ABANCA | Desde 0,6% | A partir de 2,5% | Cobertos |
Banco CTT | Desde 0,75% | A partir de 2,7% | Cobertos |
Bankinter | Desde 0,75% | A partir de 2,5% | Cobertos |
BPI | Desde 0,70% | A partir de 2,9% | Cobertos |
Caixa Agrícola | Desde 0,75% | A partir de 2,75% | Cobertos |
CGD | Desde 0,65% | A partir de 2,9% | Cobertos |
EUROBIC | Desde 0,75% | A partir de 2,5% | Cobertos |
Millennium BCP | Desde 0% | A partir de 2,5% | Cobertos |
Montepio | Desde 0,80% | A partir de 5,5% | Cobertos |
novobanco | Desde 0,75% | A partir de 3,41% | Cobertos* |
Santander | Desde 0,50% | A partir de 5,5% | Cobertos |
UCI | Desde 1,19% | A partir de 4,49% | Cobertos |
Valores recolhidos em setembro de 2024, dos websites dos bancos.
*Custos cobertos acima dos 100.000 euros.
No entanto, estes valores são sempre meramente indicativos, e deles não conseguimos tirar ilações específicas sobre qual é o melhor banco para transferir crédito habitação. Para retirares conclusões, é sempre necessário fazer uma simulação, além de atentares em todas as subscrições pressupostas. Entre estas estão, por exemplo, os seguros multirriscos e de vida, a domiciliação de ordenado e até outros produtos bancários como cartões de crédito.
Transferir crédito habitação – exemplo do Francisco e da Joana
O Francisco e a Joana têm um crédito à habitação da sua casa adquirida em 2018. Hoje, pagam uma prestação mensal de 1.276 euros, tendo ainda em dívida um capital de 284 043 euros.
Pretendiam uma taxa mista, visto que com os valores da Euribor atuais não compensava contratar uma taxa de juro variável. Fizeram então simulações para um período de 33 anos, para um valor que têm ainda em dívida.
Propostas apresentadas pelos bancos
Banco | Spread | Taxa fixa | Taxa variável | TAN | TAEG | EURIBOR | Prestação mensal | MTIC |
A | 0,70% | 2 anos | 32 anos | 3,00% | 5,60% | 12 meses | 1 171,62€ | 649 244,46€ |
B | 0,90% | 3 ano | 31 anos | 3,00% | 5,30% | 6 meses | 1 205,23€ | 634 212,23€ |
C | 0,70% | 2 anos | 33 anos | 2,80% | 5,10% | 12 meses | 1 105,92€ | 610 415,90€ |
D | 0,75% | 2 anos | 33 anos | 2,90% | 5,20% | 6 meses | 1 126,47€ | 617 862,91€ |
Simulação ComparaJá feita em agosto de 2024.
Que proposta devem escolher?
O melhor proposta é a C. Nesta proposta, o MTIC (Montante Total Imputado ao Cliente) é o menor, pelo que vão pagar menos no total do empréstimo. A terceira opção também prevê uma prestação mensal menor no imediato, assim como a TAEG apresentada tem custos menores por cada euro emprestado pelo banco.
Não considerámos nestas simulações os seguros, visto que as condições dependem de instituição para instituição. Alguns bancos permitem contratar os seguros fora, sem agravar as condições, e outros não, assim como variam caso existam patologias, ou em outras condições, como se pretender uma cobertura ITP ou IAD.
A taxa mista é realmente uma opção a ter em conta
Neste momento e, ainda que a Euribor tem sofrido oscilações nos últimos meses, optar por uma taxa mista acabará sempre por significar uma poupança mensal imediata. Contudo, é importante ter em conta qual o período em que a taxa fixa irá vigorar porque, no mercado atual, existem várias opções disponíveis entre 1,2,3 5, 10 ou 20 anos, por exemplo.
Muitas pessoas têm escolhido um prazo de 2 anos em taxa fixa na esperança de que, em 2025, a Euribor já tenha baixado o suficiente para que, quando muda de taxa fixa para taxa variável, a sua prestação mensal seja também inferior à que teve durante os primeiros 24 meses. Porém, apesar de existir essa expectativa por parte dos mercados, não deixa de ser um exercício de futurologia.
Assim sendo, a escolha do prazo de taxa fixa deverá ser mais alargado se preferires segurança e não acreditares em grandes oscilações da Euribor nos próximos anos ou mais reduzido se achares que, a partir de 2025, a Euribor vai atingir valores que consegues suportar.