Quando procuras um crédito habitação, um dos termos que mais vais ouvir é spread. Mas afinal, o que é o spread e como podes garantir que consegues um bom negócio? Vamos descomplicar este conceito de forma simples e direta.
O que é o spread?
O spread é a margem de lucro que o banco adiciona à taxa de juro de referência (como a Euribor) no teu crédito habitação. Em termos simples, é a parte da taxa de juro que o banco define e que representa o ganho que obtém ao conceder-te o empréstimo.
Enquanto a Euribor é uma taxa variável que reflete as condições do mercado interbancário europeu, o spread é fixo e definido pelo banco no momento da contratação do crédito.
O que é um bom spread?
Um bom spread é aquele que te permite ter uma taxa de juro competitiva, resultando numa prestação mensal mais baixa e numa poupança significativa ao longo do tempo. Atualmente, em Portugal, os spreads praticados pelos bancos situam-se, em média, entre 0% (campanhas específicas dos bancos) e 1,43%. Conseguir um spread abaixo de 1% é considerado excelente, enquanto spreads acima de 2% podem ser menos vantajosos.
Fatores que influenciam o spread
O valor do spread que o banco te oferece depende de vários fatores, incluindo:
Perfil de risco — Se tens um historial de crédito positivo e uma situação financeira estável, és considerado um cliente de baixo risco, o que pode resultar num spread mais baixo.
Rácio Loan-to-Value (LTV) — Este rácio representa a relação entre o montante do empréstimo e o valor do imóvel. Quanto menor for o LTV, menor é o risco para o banco, podendo traduzir-se num spread mais favorável.
Produtos associados — A contratação de produtos adicionais, como seguros de vida, seguros multirriscos, cartões de crédito ou domiciliação de ordenado, pode levar o banco a oferecer um spread mais baixo.
Condições de mercado — As condições económicas e financeiras do país e do mercado bancário influenciam as políticas de crédito dos bancos e, consequentemente, os spreads praticados.
Como negociar um bom spread
Para conseguires um spread vantajoso, considera as seguintes estratégias:
Melhora o teu perfil de crédito — Mantém um historial de crédito limpo, evita incumprimentos e reduz o teu nível de endividamento.
Aumenta a entrada inicial — Um maior valor de entrada reduz o montante financiado e o rácio LTV, diminuindo o risco para o banco.
Negocia produtos associados — Avalia a contratação de produtos adicionais que o banco oferece. No entanto, certifica-te de que os custos destes produtos não anulam os benefícios de um spread mais baixo.
Compara propostas — Não te fiques pela primeira oferta. Compara propostas de diferentes bancos para encontrares as condições mais vantajosas.
Prepara-te para a negociação — Apresenta uma situação financeira sólida e demonstra conhecimento sobre o mercado e as condições oferecidas por outras instituições.
Atenção aos custos totais
Embora um spread baixo seja importante, deves considerar todos os custos associados ao crédito habitação, como:
Comissões bancárias — Despesas de abertura de processo, avaliação do imóvel, entre outras.
Seguros obrigatórios — Seguro de vida e seguro multirriscos habitação.
Outros produtos — Custos de manutenção de contas, anuidades de cartões de crédito, entre outros.
Analisa o Montante Total Imputado ao Consumidor (MTIC) para teres uma visão completa dos encargos que vais assumir.
Conseguir um bom spread no teu crédito habitação pode traduzir-se em poupanças significativas ao longo do tempo. Para isso, é essencial que estejas bem informado, prepares uma boa negociação e escolhas o banco que te oferece as condições mais vantajosas, alinhadas com o teu perfil e objetivos financeiros.