Comprar casa é um dos maiores objetivos financeiros para muitas pessoas, mas também um dos mais desafiantes. Entre poupanças, financiamentos e custos adicionais, é importante entender exatamente quanto dinheiro é necessário para concretizar este sonho.
Quanto tem que se dar de entrada para uma casa?
Quando compras uma casa, o valor da entrada é um dos primeiros aspetos a considerar. Em Portugal, os bancos financiam até 90% do valor da avaliação do imóvel, o que significa que precisas de ter pelo menos 10% do valor do imóvel como entrada.
Se a casa que queres comprar custa 200.000 euros, vais precisar de pelo menos 20.000 euros para a entrada.
Contudo, nem sempre os 10% são suficientes. Algumas situações exigem entradas maiores, como:
Quando o banco avalia o imóvel abaixo do preço de compra.
Quando tens um perfil financeiro com mais riscos, como dívidas ou instabilidade profissional.
Custos adicionais a considerar na entrada
Além do montante inicial, há outros custos que precisas de incluir no teu planeamento:
Imposto Municipal sobre Transmissões Onerosas de Imóveis (IMT): Este é o imposto que pagas ao Estado quando compras um imóvel. O valor depende do preço do imóvel e do tipo de habitação (primeira ou segunda casa).
Imposto do Selo: Um custo fixo de 0,8% sobre o valor da escritura.
Custos com escritura e registo: Geralmente variam entre 500 euros e 1.000 euros.
Se somarmos tudo, a entrada e os custos associados podem chegar a 15% ou mais do valor da casa.
Vamos a um caso prático?
Benefícios para menores de 35 anos
Se tens menos de 35 anos, poderás beneficiar de medidas de apoio do governo, que tornam o processo de compra de casa mais acessível:
Isenção do IMT: Para casas de habitação própria e permanente, dentro de certos limites de valor.
Isenção do Imposto do Selo: Redução ou eliminação deste custo em algumas situações.
Garantia Pública: Com esta nova medida do Governo passa a ser possível o crédito habitação 100% financiado. A garantia pública do Estado poderá chegar até aos 15% do valor do imóvel, cobrindo o valor que não é financiado pelos bancos.
Vamos a um caso prático?
Quanto tenho de poupar para comprar uma casa?
Agora que já sabes os custos iniciais, é hora de responder à pergunta: quanto devo poupar? Aqui estão alguns passos para planeares a tua poupança:
1. Define o teu orçamento
Antes de mais, avalia a tua capacidade financeira e define um valor máximo da casa. Um bom ponto de partida é não comprometeres mais de 30% do teu rendimento mensal com a prestação do crédito.
Por exemplo, se ganhas 1.500 euros por mês, o ideal é que a tua prestação não ultrapasse os 450 euros mensais.
2. Calcula a entrada e os custos adicionais
Soma os 10% de entrada com os custos associados (IMT, escritura, etc.) para saberes o valor total que precisas de poupar.
3. Cria um plano de poupança
Depois de saberes quanto precisas, define um plano para alcançar esse valor. Aqui tens algumas dicas:
Abre uma conta poupança dedicada ao objetivo de comprar casa.
Define um valor fixo para poupar todos os meses.
Reduz despesas supérfluas e canaliza esse dinheiro para a tua poupança.
Aproveita rendimentos extra (subsídios, bónus ou presentes monetários) para reforçar o teu fundo.
Quanto posso pedir para comprar uma casa?
Depois de definires a tua poupança, é hora de saber quanto podes pedir ao banco para financiar a casa. Isto depende de três fatores principais:
1. Taxa de esforço
A taxa de esforço é a percentagem do teu rendimento que será usada para pagar dívidas. Os bancos preferem que esta não ultrapasse os 30% a 35%.
Assim, com um rendimento mensal de 2.000 euros, o banco pode aceitar uma prestação máxima de 600 euros a 700 euros.
2. Prazo do crédito
O prazo máximo para o crédito habitação em Portugal é geralmente 40 anos, mas pode variar consoante a tua idade. Quanto mais longo for o prazo, mais baixa será a prestação mensal, mas vais acabar por pagar mais juros.
3. Taxas de juro
As taxas de juro (Euribor + spread) afetam diretamente o valor que podes pedir. Em cenários de taxas de juro altas, a tua capacidade de financiamento pode diminuir.
Para um rendimento de 1.800 euros/mês, uma taxa de juro de 3% e um prazo de 30 anos, podes conseguir um crédito de cerca de 150.000 euros com uma prestação mensal de 630 euros.
Dicas para facilitar o processo de comprar casa
Compara várias ofertas de crédito habitação para encontrares as melhores condições.
Consulta um intermediário de crédito que possa negociar por ti.
Recolhe toda a documentação necessária (declaração de IRS, comprovativo de rendimentos, etc.) antes de iniciares o processo.
Planeia para o futuro: certifica-te de que tens uma reserva financeira para emergências após a compra da casa.
Conclusão
Comprar casa é um processo que exige planeamento financeiro, mas com os passos certos, é perfeitamente alcançável. Certifica-te de que tens o montante da entrada, os custos associados e uma poupança suficiente antes de avançares.
Se tens dúvidas sobre o crédito habitação ou precisas de ajuda a comparar propostas, conta connosco.