De acordo com os dados do Eurostat, o país foi o segundo da União Europeia onde o preço das habitações mais subiu no terceiro trimestre de 2024, apenas ultrapassado pela Bulgária.
Entre julho e setembro de 2024, os preços das casas em Portugal subiram 9,8% face ao mesmo período de 2023, acelerando face ao crescimento registado nos dois trimestres anteriores (7,8% e 7%). Em termos trimestrais, a subida foi de 3,7%, superior à média da União Europeia, que ficou em 3,8% no acumulado do ano.
Transações em alta, apesar dos preços elevados
Apesar do aumento significativo dos preços, o número de transações imobiliárias também cresceu. No terceiro trimestre de 2024:
40.909 transações foram realizadas, o que representa um crescimento de 19,4% face ao mesmo período de 2023.
O valor total das transações aproximou-se dos 9,1 mil milhões de euros, mais 28% do que no ano anterior.
As famílias continuam a dominar o mercado, representando 86,7% das compras, enquanto os estrangeiros adquiriram cerca de 6,25% dos imóveis.
Rendas acompanham a tendência, mas a ritmo mais lento
Embora o aumento das rendas não acompanhe o ritmo dos preços das casas, estas continuam a subir significativamente:
A renda mediana dos novos contratos atingiu 8 euros por metro quadrado no terceiro trimestre, um aumento de 10,7% face ao ano anterior.
Nos grandes centros urbanos, como a Grande Lisboa, os valores ultrapassam os 13,53 euros/m².
Curiosamente, enquanto os preços das rendas sobem, o número de novos contratos de arrendamento caiu 5% no mesmo período, indicando uma oferta mais limitada no mercado.
Portugal entre os líderes europeus no crescimento dos preços
Desde 2010, os preços das casas em Portugal aumentaram 113%, mais do que duplicando, enquanto as rendas subiram 44%. Estes números colocam o país acima da média da União Europeia, onde as rendas cresceram 26% e os preços das casas subiram 3,8% no último ano.
Os maiores aumentos dos preços da habitação na UE em 2024 foram registados na Bulgária (+16,5%), Polónia (+14,4%) e Hungria (+13,4%). Já os maiores recuos aconteceram em França (-3,5%) e Finlândia (-2,8%).
A crise da habitação continua
A subida constante dos preços das casas e das rendas agrava a crise da habitação em Portugal, dificultando o acesso a uma casa própria para muitas famílias. As condições atuais do mercado levam a um aumento das despesas com habitação, o que pode pressionar ainda mais o orçamento das famílias, especialmente nas zonas urbanas.