Entre os aspetos que mais influenciam o custo de um seguro auto encontram-se o histórico de sinistralidade, a tipologia de veículo, a localidade de circulação e o número de anos enquanto condutor declarado.
Para apurar qual o peso deste último fator no prémio cobrado pelas seguradoras, a ComparaJá analisou o mercado português e concluiu que uma diferença de dez anos pode significar pagar o dobro no teu seguro automóvel. Mas cuidado: colocar o seguro em nome dos pais para “contornar” este obstáculo vai contra a lei.
A idade do condutor influencia o preço do seguro automóvel
Num mercado no qual, segundo a Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), o parque automóvel seguro atinge praticamente os 7 milhões comparamos, a partir de dois perfis com uma diferença de 10 anos enquanto tomadores de seguros, qual a variação média dos preços dos prémios dos seguros cobrados.
O fator diferencial de ambos os perfis é a idade dos condutores, que têm, respetivamente, 20 e 30 anos e, consequentemente, há quanto tempo tiraram a carta de condução, de forma a que a análise fosse o mais fidedigna possível.
Direct, Caravela, Tranquilidade, Fidelidade Seguro Automóvel, Ok!Teleseguros, o Seguro Automóvel Logo, Mapfre e N Auto Seguros foram as seguradoras escrutinadas pelo ComparaJá, todas elas admitindo o pacote do seguro automóvel apenas com o seguro de responsabilidade civil.
Diferenças nos Prémios
Seguradoras | Perfil 1 (20 anos) | Perfil 2 (30 anos) |
Logo | 239€ | 140€ |
Fidelidade | 247€ | 189€ |
OK Teleseguros | 262€ | 168€ |
Direct | 276€ | 212€ |
Mapfre | 385€ | 198€ |
Tranquilidade | 392€ | 190€ |
N Seguros | 429€ | 229€ |
Caravela | 462€ | 370€ |
Média | 336€ | 212€ |
Como se pode ver na tabela acima, o preço médio pago por um condutor que se enquadre no Perfil 2 é de 212 euros, enquanto um consumidor em linha com o Perfil 1 pagará em média 336 euros, podendo em alguns casos pagar o dobro do Perfil 2, com variações que podem atingir os 106%.
Essa diferença de preços no seguro automóvel pode chegar a um valor próximo dos 200 euros por ano, conforme conclui a nossa análise.
Mas atenção: seguro automóvel em nome dos pais é ilegal
Por vezes, com o intuito de reduzir os encargos com os seguros, os pais optam por não colocar os seus filhos como condutores habituais. Para além de estarem apenas a adiar o “problema”, isto porque quanto mais tarde os declararem como condutores habituais menos histórico terão – pagando na mesma prémios avultados -, não estão a cumprir a lei.
Isto acontece dado que o tomador do seguro automóvel, ao não revelar que o condutor habitual do seu veículo é um jovem recém encartado, omitindo a real identidade do mesmo e indicando que é ele o próprio condutor, está em incorrer contra o expresso nos pontos nº 1 e 2 do Artigo 24º do Decreto Lei nº 72 de 16 de Abril de 2008 (Subsecção II) dando à seguradora o direito de terminar o contrato caso se prove que o condutor habitual não é o próprio tomador do seguro. Ora, em caso de acidente, isto significa que o condutor do carro deixa de beneficiar de proteção do seguro, incorrendo em responsabilidade civil perante a lei.
Afinal que fatores influenciam o prémio do seguro automóvel?
São muitos os fatores que afetam o prémio de um seguro automóvel, tornando complexo quer o processo de escolha por parte do tomador, quer a avaliação por parte da seguradora. Idade do condutor (materializada no número de anos enquanto condutor declarado), histórico de sinistralidade, as características do veículo e a localidade de circulação são os fatores que mais influenciam o custo do seguro.
Para além disso, cada seguradora pode considerar ou não estes e outros aspetos, assim como ponderá-los de forma diferente no cálculo do prémio e respetivas prestações, uma vez serem livres de terem a sua tabela de preços específica para ambos os tipos de seguro – seja de responsabilidade civil, que é obrigatório por lei, seja para danos próprios.