As taxas EURIBOR, que servem de referência para a maioria dos contratos de crédito à habitação em Portugal, têm margem para cair até 2%, segundo especialistas do setor financeiro. Apesar desta previsão de alívio nas prestações dos créditos, a pressão sobre o mercado imobiliário permanece elevada, com a procura de habitação a ser impactada pela incerteza económica e pela subida geral dos custos de vida.
Nos últimos meses, as taxas EURIBOR têm mostrado uma ligeira tendência de descida, após vários trimestres de aumentos impulsionados pela política monetária do Banco Central Europeu (BCE). No entanto, mesmo com uma eventual redução de 2%, as taxas permanecem significativamente superiores aos níveis registados nos anos de taxas negativas, o que continua a dificultar o acesso ao crédito por parte das famílias portuguesas.
O abrandamento na procura de casas reflete-se nos dados mais recentes do mercado imobiliário. Muitos potenciais compradores têm adiado decisões de aquisição, seja pela dificuldade em obter crédito habitação devido às condições mais exigentes impostas pelos bancos, seja pelo aumento das prestações mensais, que ainda não refletem de forma expressiva as possíveis quedas da EURIBOR.
Por outro lado, para quem já tem crédito à habitação com taxa variável, uma descida mais pronunciada da EURIBOR poderá representar uma redução significativa das prestações mensais, trazendo algum alívio num contexto de forte pressão financeira.
Os analistas esperam que a política do BCE nos próximos meses seja um fator determinante para a evolução das taxas de juro. No entanto, o mercado imobiliário português parece estar a enfrentar um momento de transição, em que o equilíbrio entre oferta, procura e condições de financiamento ainda levará algum tempo a ser restabelecido.