Taxa Variável já não é a mais contratada em Portugal

A última foi década foi uma década de mudança significativa para o mercado do crédito habitação em Portugal.

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Nos últimos dez anos, o panorama do crédito à habitação em Portugal sofreu uma mudança significativa. O peso dos empréstimos com taxa de juro variável de 90% dos contratos em 2014 caiu para 42% em 2023, refletindo a crescente preferência dos consumidores pelas taxas mistas. Esta transformação é uma resposta direta ao contexto económico marcado pela incerteza e pela subida das taxas EURIBOR nos últimos anos.

Atualmente, quase metade dos contratos de crédito à habitação são feitos com taxa mista, um modelo que garante que as mensalidades se mantêm constantes durante um período de tempo, independentemente das variações do mercado. Esta mudança reflete o crescente receio dos consumidores face à volatilidade das taxas Euribor, que atingiram valores recorde nos últimos dois anos, tornando os empréstimos de taxa variável menos atrativos.

Este aumento da procura por taxas mistas também se deve à oferta mais diversificada por parte das instituições bancárias, que têm adaptado os seus produtos financeiros para responder à nova realidade do mercado e às necessidades dos consumidores. Ao optar por uma taxa mista, as famílias portuguesas procuram proteger-se de flutuações bruscas, assegurando uma maior estabilidade financeira a longo prazo.

No entanto, a escolha entre taxa mista e variável continua a depender de diversos fatores, como o perfil do cliente e a duração do empréstimo. Enquanto a taxa mista oferece mais segurança, a taxa variável pode ser vantajosa em períodos de diminuição da Euribor.


Guilherme Anastácio | PR & Partnerships
Guilherme Anastácio
PR & Partnerships Manager