Segundo especialistas do setor, a diminuição da Euribor, especialmente nas maturidades de três, seis e 12 meses, está a tornar as taxas variáveis mais atrativas, enquanto as taxas mistas podem perder competitividade.
Nos últimos meses, a Euribor, que serve de base para a maioria dos contratos de crédito à habitação, tem vindo a registar uma descida significativa, refletindo a incerteza nos mercados financeiros e a política monetária do Banco Central Europeu (BCE). Esta queda fez com que a taxa variável, historicamente mais instável, voltasse a ser uma opção interessante para os novos compradores de casa.
Atualmente, os créditos à habitação com taxa mista têm sido bastante populares, com muitos portugueses a optar por esta solução devido à estabilidade oferecida nos primeiros anos do empréstimo, seguida da transição para uma taxa variável. No entanto, com a Euribor em queda, os novos contratos de crédito à habitação com taxa mista poderão enfrentar um declínio, já que as taxas variáveis passam a oferecer prestações iniciais mais baixas.
Em julho de 2024, cerca de 75% dos novos contratos de crédito à habitação estavam associados a taxa variável, enquanto 20% correspondiam a taxa mista e 5% a taxa fixa. Este equilíbrio poderá ser alterado caso a tendência de descida da Euribor se mantenha, incentivando ainda mais a preferência por taxas variáveis, que oferecem prestações mensais mais reduzidas a curto prazo.
Os analistas alertam, no entanto, que a escolha entre taxa fixa, mista ou variável depende sempre da tolerância ao risco de cada família. A taxa variável pode parecer mais apelativa em tempos de Euribor baixa, mas também é mais suscetível a futuras subidas, o que poderá aumentar as prestações ao longo do tempo. Já a taxa mista, embora menos vantajosa a curto prazo, oferece maior segurança nos primeiros anos, protegendo os mutuários contra flutuações bruscas.