Fazes parte da classe dos céticos relativamente a usar cartão de crédito? Ainda existem muitos portugueses receosos na hora de usar (ou mesmo de adquirir) este instrumento de pagamento, sendo muitas as dúvidas que surgem na comparação entre débito e crédito.
Todavia, somos todos adeptos das novas tecnologias, mesmo as da área financeira, algo que tem sido confirmado por estudos nos últimos tempos, e a verdade é que o número de indivíduos que utilizam um cartão de débito e crédito com tecnologia contactless tem vindo a aumentar exponencialmente.
Estás pronto para te tornares num fã deste produto? Acredita que estás, porque vamos apresentar-te três boas razões para usar o cartão de crédito em vez do de débito.
Débito e crédito: quais as vantagens?
O André era precisamente uma das pessoas mais céticas à face da Terra no que dizia respeito a utilizar cartões de crédito. Não só não usava, como rejeitou sempre a ideia de sequer vir a ter um. Portanto, as suas compras eram sempre realizadas com o de débito.
No dia em que precisou de uma nova TV para a sala, após uma brincadeira dos seus sobrinhos que correu mal (sim, estavam a jogar paintball dentro de casa), não tinha dinheiro disponível na conta à ordem para um LCD cujo preço ascendia a quase mil euros. Também não queria mexer nas suas poupanças que lhe custaram tanto a acumular.
Como não dispunha de outro método de pagamento e nessa altura não estavam em vigor campanhas sem juros, não podia comprar a sua desejada TV. Até que a namorada, Anita, se disponibilizou para realizar a compra com o cartão de crédito (porque as mulheres são mais valentes do que os homens nestas coisas).
E foi então que… fez-se luz nesta luta entre débito e crédito. As vantagens deste método de pagamento estavam à vista… e estão também neste artigo. Continuemos.
1. Proteção antifraude reforçada
Da mesma forma que um cartão de débito se encontra protegido de fraudes, assim acontece com o cartão de crédito se o mesmo for roubado.
Se te roubarem o cartão de crédito e tiverem efetuado pagamentos não autorizados com o mesmo antes de avisar o banco, então suportarás o valor dessa perda dentro do plafond do cartão e até um limite máximo de 150 euros. No entanto, se avisares de imediato a instituição financeira de que foste alvo de roubo, quaisquer pagamentos não autorizados não vão ser suportados pelo cliente.
Desta forma, só pagarás as perdas dos pagamentos efetuados antes de avisar o banco. Portanto, a nossa dica é: fica super atento ao cartão, tem sempre o número do mesmo e da instituição financeira à mão para poder solicitar o cancelamento o quanto antes.
Isto aconteceu precisamente à Anita com o cartão de crédito, sendo que a mesma reportou imediatamente a situação e foi ressarcida de todas as compras fraudulentas. Ainda bem que não foi o seu cartão de débito que foi roubado, senão nunca conseguiria ter pago a renda do apartamento nesse mês.
Ainda por cima, hoje em dia, os cartões de crédito também já vêm equipados com tecnologia EMV, que dificulta a ocorrência de fraude.
2. Bom historial de crédito: precisa-se
Os cartões de crédito, quando utilizados devidamente, ajudam a construir um bom historial de crédito e contribuem para um Mapa de Responsabilidades de Crédito (CRC) que qualquer banco deseja para os seus clientes.
Antes de mais, para que precisas de ter um histórico? Se nunca tiveste nenhum crédito, a probabilidade de conseguir um é muito difícil. Se, pelo contrário, já tiveste e fizeste sempre os pagamentos a tempo e horas, as chances de obter mais financiamento elevam-se significativamente. Especialmente para jovens adultos, é muito importante começar a semear para mais tarde colher os frutos.
No caso do André, ele foi fazendo pequenas compras com o cartão (as do hotel quando foi de férias no mês passado e a do equipamento da seleção que ele tanto quis adquirir quando Portugal venceu o Euro 2016, por exemplo) para que mais tarde possa ter facilidade em pedir um empréstimo para algo maior, como é o caso do crédito à habitação que vai precisar para o apartamento em Famalicão.
Quanto mais demorares a tomar esta decisão e a ganhar coragem, pior será para ti. E da mesma forma que este historial o favorece na aquisição de novos empréstimos, vai beneficiar-te ainda nas taxas de juro que podes conseguir junto da instituição financeira. Entre débito e crédito, só este último permite preparar o futuro.
3. Débito e crédito: porque o merecido é devido
Com os cartões de crédito é assim: quanto mais usas, mais és recompensado, o que é um excelente incentivo (ao contrário do que acontece com os cartões de débito). Escolhendo o cartão certo, podes ter cashback (receber uma percentagem do seu gasto mensal) e até milhas aéreas que vão dar-te as férias que tanto desejas, algo que não acontece com um cartão de débito.
O André, como é um aficionado por viagens e muitas vezes o seu salário e as suas despesas não lhe permitem alimentar essa paixão, aderiu precisamente a um cartão que dava ambos os benefícios referidos: o Best Gold American Express, que oferece 40 mil milhas aéreas ou 20 euros em cashback no momento da adesão. Mas existem muitos outros, ora compare:
Mas atenção a este conselho que vale ouro: se estás a construir historial de crédito, não gastes mais do que 20% ou 30% do plafond disponível por mês. Assim não corres o risco de sobreendividamento e fica bem na figura perante a instituição financeira.
Ainda existem os que possuem programas de pontos para acumular (por exemplo: um euro = um ponto) e posteriormente trocar por bens ou serviços (uma massagem relaxante num SPA ou até um novo smartphone). Também há os que têm seguros de viagem e de proteção associados. Um imenso mundo de possibilidades que muitos desconhecem.
Ter um cartão de crédito e viver dentro das possibilidades é perfeitamente possível – um aspeto não invalida o outro. Manter o orçamento mensal é uma questão de bom senso e se ultrapassar esse budget, a culpa não é, de certeza, do cartão de crédito, até porque a decisão também passa por fazer o pagamento da dívida de uma só vez no mês a seguir ou parcelar o pagamento em várias prestações, sendo que esta última opção implica juros. Neste sentido, também é fundamental comparar os custos associados ao cartão.
Se as vantagens desta escolha entre débito e crédito são maiores do que as desvantagens, porque não? É agora que vais ganhar coragem como o André e preparares o futuro para aquisições mais importantes – um carro ou, quem sabe, a primeira casa?