A culpa é da inflação, da guerra e ainda das alterações climáticas; mas também de novas crises geopolíticas e da incerteza económica global. Por muito complexas que sejam as causas, o resultado é simples: sobe o preço dos combustíveis, da luz e do gás. Se achas que já estás a tomar todas as medidas em casa para poupar energia, podes ficar surpreendido com esta lista de 7 dicas. Confirma se há alguma que ainda não implementaste, e não dês tréguas à inflação.
1. Avaliar a potência contratada
Em Portugal, ainda há muitas famílias que não analisam com atenção as suas faturas de consumo de eletricidade. Pode não ser uma tarefa fácil, mas com alguma ajuda poderás rapidamente perceber quanto e como consomes.
Além disso, há também muitos consumidores que têm uma potência contratada muito acima das suas necessidades, e é precisamente este um dos fatores que mais determina quanto pagas de luz no final do mês. Se o teu quadro de luz nunca disparou quando ligaste, ao mesmo tempo, o forno e a máquina de lavar roupa, é muito provável que possas reduzir a potência contratada.
Para as pessoas que moram sozinhas ou em casal, a potência mínima é, muitas vezes, mais do que suficiente. E a diferença na fatura da luz é muito significativa.
Assim, faz simulações e avalia as diferentes opções de mercado para encontrares as melhores condições e poupar, mesmo com a inflação. Podes mudar de potência contratada uma vez por ano, portanto vê se compensa para ti e para a tua família.
2. Rever a decoração para poupar energia
É certo que há menos horas de luz durante o inverno, mas ainda assim há várias formas de tirar o máximo partido da luz natural. Mantém as persianas ou estores abertos enquanto houver luz.
Se as paredes das tuas divisões forem brancas, irás beneficiar do efeito multiplicador da iluminação natural, visto que as cores claras refletem os raios de luz. Se não for o caso, pondera uma cor clara da próxima vez que pintares as paredes da tua casa.
A disposição dos móveis e da decoração também é importante. Os espelhos que estão perto de uma janela grande ajudam a refletir a luz pelo resto da divisão. Se colocares as secretárias de trabalho ou de estudo perto das janelas, não precisarás de ligar o candeeiro de mesa enquanto for dia e acabarás por poupar energia em casa.
3. Atenção aos “consumos fantasma” de energia
O modo standby é um dos grandes responsáveis pelo consumo de energia, mas trata-se de um consumo invisível que é muitas vezes esquecido. As televisões, boxes e tomadas ficam muitas vezes em standby para poderem retomar rapidamente o seu funcionamento. Mas, na verdade, tal não é necessário, especialmente durante a noite.
Assim, uma das formas de poupar energia é desligar sempre todos os aparelhos das tomadas. Para não teres de fazer isso em cada uma individualmente, investe em extensões elétricas, tomadas com interruptor ou inteligentes. São soluções acessíveis e cómodas – basta carregares num botão para garantir que tudo fica desligado. E mais: não deixes o carregador do telemóvel na tomada, mesmo quando não está a ser usado, porque na verdade continua a consumir.
Não te distraias com a porta do frigorífico e abre-a apenas quando for necessário. Verifica periodicamente se a borracha de vedação está em bom estado, para evitar perdas de frio. Este conjunto de gestos tão simples têm efeitos na ordem de 10% de poupança na tua fatura mensal de energia.
4. Cuidado com os eletrodomésticos, especialmente os de maior consumo
Já verificaste a que classe energética pertencem os teus eletrodomésticos? Poderão não ser os mais eficientes. Os equipamentos com bom desempenho energético inserem-se na classificação A (sendo que a escala desta classificação vai de A a G). Caso ainda não tenhas pensado nisso, faz uma ronda pelos teus eletrodomésticos e confirma.
Assim, quando precisares de substituir um equipamento, procura sempre por aqueles que se inserem na classificação A ou B. Ainda que o custo inicial possa ser ligeiramente superior, acaba por compensar porque não consomem tanta energia, e exercem um impacto ambiental menor.
Enquanto não os substituis, faz um bom uso dos eletrodomésticos que já tens. Por exemplo, evita as meias cargas da máquina de lavar roupa e na de lavar loiça, e opta por temperaturas de água mais baixas. Mantém o frigorífico entre os 3º e os 7º e faz uma boa manutenção, para poupar energia.
5. Trocar as lâmpadas para poupar em casa
Esta é uma ideia luminosa que ainda não está em todas as casas portuguesas. Sabias que as lâmpadas LED consomem menos 80% que as tradicionais?
Além disso, têm uma vida útil até 50.000 horas, ou 25 anos, o que é uma duração muito superior às lâmpadas convencionais. Mesmo que as ligues e desligues muitas vezes, mantêm a intensidade. Por isso, se ainda não fizeste a substituição porque achas que as lâmpadas LED são mais caras, compensa fazê-lo, e muito. Neste caso, o caro sai barato.
Pensa ainda que as lâmpadas LED são amigas do ambiente, pelo que optar por este sistema de iluminação ajuda a reduzir a tua pegada ecológica. Todos ganham: a carteira, o ambiente e a saúde.
6. Reduzir a temperatura em 1º C
Se tiveres de utilizar o ar condicionado ou o aquecimento central, há alguns aspetos a considerar para que o seu uso seja o mais otimizado possível.
Em primeiro lugar, mantém a temperatura entre os 19 e 21º C no inverno e entre os 22 e 24ºC no verão. Os graus extra podem significar um aumento muito expressivo na conta e, na verdade, não precisas de andar só em t-shirt no inverno ou com casaco no verão.
Se fores um orgulhoso tutor de um animal de estimação, sabe que os nossos amigos podem ser autênticos “aquecedores”. Por exemplo, a temperatura corporal de um cão encontra-se entre os 38 e os 39º C, o que significa que liberta bastante calor para aquecer o teu colo enquanto vês um filme no sofá.
Uma outra dica para poupar energia é aproveitar o calor do forno, quando tiveres mesmo de o utilizar. Alguns minutos antes de a confeção terminar, desliga-o e deixa a porta do forno aberta para aquecer a cozinha.
7. Verificar se compensa instalar painéis solares
Aproveitar o calor do sol pode ser uma boa forma de poupar energia. Pede simulações a vários operadores para conhecer as vantagens, para o teu caso em específico. Podes optar pela instalação de painéis solares de aquecimento de água ou de produção de energia.
Há alguns anos, ter um painel solar era muito caro e envolvia instalações complexas e licenças do Estado. Atualmente, os preços são mais acessíveis e o processo mais facilitado, pelo que o investimento pode compensar.
Se vives numa moradia, a instalação é mais simples, mas também pode ser uma boa opção para quem vive em apartamentos. Poderás também tentar convencer o condomínio a investir num sistema que alimente várias frações. Explora as alternativas, faz as contas e confirma se poderá ser uma boa opção para o teu caso.
Se ainda não implementaste alguma destas medidas em sua casa para poupar energia, agora é hora de o fazer. Faz a tua parte para manter os gastos energéticos mais controlados. Com estas dicas, poupar energia não custa nada, mesmo com a inflação.