Salário mínimo em Portugal com dos menores poderes de compra

Apesar dos aumentos salariais, o poder de compra dos trabalhadores portugueses que recebem o salário mínimo permanece um dos mais baixos da União Europeia (UE). Esta realidade reflete-se numa análise recente que coloca o país no fundo da tabela quando comparado com outros Estados-membros, ocupado o oitavo lugar.

De acordo com os dados do Eurostat, o salário mínimo em Portugal, atualmente fixado em 820 euros brutos mensais, perde valor quando ajustado ao custo de vida local. Mesmo com o compromisso do Governo em aumentar o salário mínimo para 900 euros até 2026, o poder de compra continua abaixo da média europeia, devido ao elevado custo de bens e serviços no país.

Fonte: Eurostat - Minimum wages, July 2024

Comparando com outros países da UE, como Luxemburgo, que lidera o ranking com um salário mínimo de 2.571 euros, ou mesmo Espanha, onde o valor é de 1.134 euros, os trabalhadores portugueses enfrentam maiores dificuldades em equilibrar o rendimento com as despesas essenciais. Esta situação agrava-se com a inflação e o aumento das taxas de juro, que pressionam ainda mais os orçamentos familiares.

Uma das razões apontadas para o fraco poder de compra em Portugal é a carga fiscal elevada sobre os rendimentos e os encargos relacionados com a habitação. O peso das rendas e dos empréstimos à habitação, especialmente nas grandes cidades como Lisboa e Porto, consome uma fatia significativa do rendimento das famílias, reduzindo a sua capacidade de compra de outros bens e serviços.

O Governo compromete-se a continuar a trabalhar para melhorar as condições salariais, apostando na qualificação dos trabalhadores e na criação de empregos mais bem remunerados, além de uma estratégia para controlar o aumento do custo de vida para melhorar o poder de compra.