A pressão sobre o mercado habitacional é impulsionada por diversos fatores, incluindo a elevada procura, a limitada oferta de imóveis e a inflação, que tem impactado diretamente os valores praticados no setor.
Os dados mais recentes indicam que as rendas já aumentaram de forma significativa ao longo de 2023, refletindo não só a crescente procura por parte de residentes e estrangeiros, mas também os custos acrescidos de manutenção e construção. Em grandes centros urbanos como Lisboa e Porto, os arrendatários têm sentido o impacto desta subida de forma mais acentuada, com muitas famílias a encontrarem dificuldades em assegurar contratos de arrendamento compatíveis com os seus rendimentos.
Para 2024, as previsões apontam para uma atualização das rendas que acompanhará a inflação, levando a um aumento estimado de 6,94%. Este ajustamento resulta da fórmula de cálculo estipulada pela legislação em vigor, que liga diretamente a variação das rendas ao Índice de Preços no Consumidor (IPC), excluindo a habitação. A aplicação desta regra implica que, em plena recuperação pós-pandemia e num cenário de inflação global, os arrendatários enfrentarão novas subidas, enquanto os proprietários continuarão a ajustar os valores de acordo com os custos crescentes.
Especialistas do setor imobiliário alertam que este ciclo de aumento das rendas poderá continuar até 2025, caso não sejam implementadas medidas eficazes para equilibrar a oferta e a procura. A falta de novas construções e a burocracia envolvida nos processos de licenciamento são apontadas como obstáculos à entrada de mais imóveis no mercado, agravando a crise habitacional, sobretudo nas grandes cidades.