No ano passado, os reembolsos antecipados e as renegociações dispararam no crédito à habitação. O Banco de Portugal (BdP) adiantou que este crescimento pode estar relacionado com a suspensão temporária de comissões.
No Relatório de Acompanhamento dos Mercados de Crédito, publicado na passada sexta-feira, lê-se que “o número de reembolsos antecipados subiu 74,4% em relação a 2022, e o montante total amortizado cresceu 64,6%”. Nesta linha, foram realizados 247.601 reembolsos antecipados, tanto parciais como totais, com um montante total de 11,2 mil milhões de euros.
Em relação às renegociações de crédito habitação, estas "subiram 271,6% em número e 300,8% em valor”. Em 2023, ocorreram 154.071 renegociações, “correspondentes a um montante total renegociado de 17 mil milhões de euros”.
Segundo o BdP, este fenómeno poderá ter sido "incentivado pela vigência de legislação que suspendeu temporariamente a cobrança de comissões de reembolso antecipado em contratos de crédito para habitação própria permanente com taxa variável”.
No mesmo documento, a instituição revelou ainda que o montante inicial concedido em novos contratos de créditos à habitação caiu em 2023, pela primeira vez, em dez anos.