De acordo com os dados mais recentes, cerca de 1,7 milhões de portugueses, representando aproximadamente 16% da população, não têm médico de família atribuído, um aumento significativo face aos últimos anos.
Este crescimento deve-se, em grande parte, à saída de profissionais do SNS e à aposentação de médicos sem que haja uma substituição imediata. Estima-se que só em 2023, o número de médicos aposentados tenha contribuído para deixar 200 mil novos utentes sem acompanhamento médico regular. Além disso, as regiões mais afetadas, como Lisboa e Vale do Tejo, registam percentagens ainda mais elevadas, com cerca de 25% da população sem médico de família.
O governo tem reconhecido o problema e avançado com medidas para tentar inverter esta tendência, incluindo a contratação de novos médicos. No entanto, estas ações têm tido um impacto limitado, e a taxa de cobertura médica continua a ser insuficiente. Embora tenham sido contratados novos profissionais, estes são apenas uma fração necessária para cobrir os mais de 1,5 milhões de utentes que necessitam de assistência médica regular.