Este abrandamento reflete uma redução na pressão dos preços de vários bens e serviços essenciais, proporcionando algum alívio para os consumidores, que enfrentaram um período prolongado de inflação elevada nos últimos anos.
De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), esta descida é impulsionada pela estabilização dos preços dos alimentos e da energia, setores que nos últimos meses tinham sido os principais motores da inflação. A moderação nos preços dos combustíveis e a estabilização das tarifas de eletricidade e gás também contribuíram para esta queda, aliviando os orçamentos das famílias e das empresas.
O índice de preços no consumidor (IPC), que mede a variação média dos preços ao longo do tempo, tinha mostrado uma tendência de abrandamento nos meses anteriores, mas a marca de 1,86% representa uma quebra significativa face aos picos inflacionários registados em 2022, quando a inflação ultrapassou os 10%. A normalização das cadeias de abastecimento globais e a menor volatilidade nos mercados internacionais de matérias-primas estão entre os fatores que contribuíram para esta desaceleração.
Apesar da boa notícia para os consumidores, os especialistas alertam que a desaceleração da inflação não significa uma queda generalizada dos preços, mas sim um abrandamento no ritmo de crescimento. Ou seja, os preços continuam mais altos em comparação com anos anteriores, embora a uma taxa mais moderada. Além disso, setores como a habitação e os serviços continuam a registar subidas de preços acima da média, o que mantém algumas preocupações sobre o custo de vida.