A decisão de afastar a tecnológica chinesa, em linha com as recomendações da União Europeia e de outros parceiros internacionais, poderá ter impactos significativos tanto a nível financeiro como no desenvolvimento da rede de quinta geração no território nacional.
O estudo da EY estima que os custos para as operadoras de telecomunicações decorrentes da substituição dos equipamentos da Huawei e da reorganização das infraestruturas já existentes podem ultrapassar os mil milhões de euros. Este montante inclui tanto os custos de desmantelamento como de instalação de novos equipamentos, que terão de ser adquiridos a outros fornecedores, além do impacto nos prazos de implementação da rede 5G.
Atualmente, várias operadoras portuguesas utilizam equipamentos da Huawei para as suas redes móveis, incluindo a infraestrutura 4G que serve de base ao desenvolvimento do 5G. A necessidade de substituir esses componentes poderá levar a atrasos na expansão da rede de alta velocidade, comprometendo o calendário previsto e colocando Portugal numa posição menos competitiva no contexto europeu.
A Huawei tem sido alvo de restrições em vários países, especialmente por preocupações ligadas à segurança nacional, com alegações de que os seus equipamentos poderiam ser utilizados para espionagem por parte do governo chinês, algo que a empresa sempre negou. Portugal, seguindo a linha de países como os Estados Unidos e o Reino Unido, decidiu também limitar o papel da Huawei no desenvolvimento das redes de nova geração, embora ainda não tenha estabelecido uma proibição total.