De acordo com os dados mais recentes, o valor acumulado em depósitos a prazo nos bancos portugueses ultrapassou os níveis anteriores, refletindo a crescente preferência dos consumidores por opções de poupança seguras, mesmo com a rentabilidade em queda.
Esta tendência paradoxal, onde os depósitos a prazo se tornam menos lucrativos, mas ao mesmo tempo mais populares, pode ser explicada por um clima de incerteza económica e financeira. Com as taxas de juro a níveis relativamente baixos e a volatilidade nos mercados financeiros, muitos portugueses optam por manter as suas poupanças em produtos considerados mais seguros, como os depósitos a prazo, em vez de arriscar em investimentos com maior volatilidade.
Embora os rendimentos oferecidos por estes produtos de poupança tenham diminuído, a confiança na segurança dos depósitos e a garantia de capital têm sido fatores decisivos para muitos aforradores. Além disso, a falta de alternativas mais atrativas em termos de risco e retorno também contribui para que as poupanças continuem a fluir para os bancos, mesmo com uma remuneração menos competitiva.
Os bancos, por sua vez, têm ajustado as condições dos depósitos a prazo, oferecendo rendimentos mais baixos em resposta às condições do mercado e à política monetária do Banco Central Europeu (BCE), que ainda mantém uma abordagem cautelosa face à inflação e ao crescimento económico.