O Certificado Energético passou a ser obrigatório por lei, desde dezembro de 2013, para todos os edifícios, novos ou antigos, a partir do momento em que são colocados à venda ou para arrendamento. Como tal, e especialmente se vais comprar casa, é importante que fiques a conhecer tudo sobre este documento.
Quando se compra uma casa, é necessário ter toda a informação e documentação obrigatória para se poder efetuar a escritura. No entanto, antes deste passo tão importante, existe outro que é fundamental: a escolha do crédito à habitação.
Este tipo de financiamento implica um grande peso nas finanças pessoais do consumidor, pelo que deves saber selecionar o melhor para ti. Através de uma comparação do mercado podes consultar as ofertas de todos os bancos em Portugal e selecionar a melhor proposta.
O que é o Certificado Energético?
O Certificado Energético é um documento obrigatório que visa avaliar a eficácia energética de um imóvel. Esta eficácia pode variar entre “A+”, que representa o desempenho energético mais elevado e, assim, uma maior poupança, e “F”, o que significa que a habitação tem pouca eficiência energética.
A certificação energética é realizada por técnicos autorizados pela Agência para a Energia (ADENE).
Cada edifício, seja novo ou antigo, que seja colocado à venda ou para arrendamento pelos proprietários ou mediadores imobiliários, necessita deste documento.
A ADENE é o organismo público que se responsabiliza pelo Sistema de Certificação Energética de Edifícios (SCE), que fornece todas as informações necessárias para avaliar o consumo energético de um imóvel. Tem como objetivo providenciar dados claros para que o consumidor possa comparar mais facilmente o desempenho energético de cada casa.
Para além da avaliação energética da habitação, o Certificado Energético SCE inclui ainda informações relativas à climatização e às águas quentes sanitárias, bem como deve indicar medidas de redução do consumo energético. Algumas destas medidas podem ser, por exemplo, o reforço do isolamento da casa ou a instalação de janelas com vidros duplos.
A classe energética é determinada por vários fatores, nomeadamente:
Ano de construção;
Localização;
Tipo de habitação: prédio ou moradia;
Área da habitação;
Constituição das envolventes, isto é, das paredes, coberturas e pavimentos;
Equipamentos de climatização, nomeadamente para ventilação, arrefecimento e aquecimento;
Equipamentos associados à produção de águas quentes sanitárias.
Quando tenho de pedir este documento?
O Certificado Energético é obrigatório em sete situações específicas:
Para todos os edifícios novos;
Edifícios cuja reabilitação seja equivalente a 25% do seu valor;
Edifícios de serviços ou comércio que detenham uma área interior útil igual ou superior a 1.000 m2;
Edifícios que alberguem supermercados, hipermercados, centros comerciais ou piscinas abertas, cuja área interior útil seja igual ou superior a 500 m2;
Edifícios que sejam propriedade do Estado, ocupados por uma entidade pública e que sejam frequentados por cidadãos, com uma área interior útil superior a 500 m2;
Imóveis que sejam colocados no mercado para venda ou arrendamento, sendo que o proprietário deve solicitar este documento;
Nos casos de permuta, de trespasse ou de um contrato de pessoa a nomear.
No entanto, é preciso saberes que não é necessário solicitar um Certificado Energético de cada vez que se transaciona ou arrenda uma casa. Ou seja, o proprietário não precisa de pedir este documento novamente e pode utilizar o atual sempre que for necessário, desde que esteja válido.
Como fazer o pedido?
Em primeiro lugar, deves procurar por peritos qualificados na tua zona de residência. A ADENE disponibiliza uma Bolsa de Peritos Qualificados no seu site. Em alternativa, há sites que agregam vários peritos em Certificados Energéticos. Deves comparar os valores cobrados e outros aspetos que são propostos por cada profissional.
Depois, deverás reunir a seguinte documentação:
Cópia da planta do imóvel;
Ficha Técnica da Habitação;
Certidão de registo do imóvel na Conservatória.
O passo seguinte passa pela visita do profissional ao imóvel para proceder ao levantamento de dados. Posteriormente, o perito irá introduzir os dados recolhidos no Sistema Nacional de Certificação Energética e da Qualidade do Ar Interior nos Edifícios.
Se quiseres, tens o direito de pedir para consultar uma versão prévia antes da emissão do Certificado Energético. Nota que este documento pode demorar dois a três dias a obter.
Quanto custa um Certificado Energético?
Este documento assume um custo variável consoante as características do imóvel, como podes constatar na tabela seguinte:
Custo de um Certificado Energético
Características | Tipologia T0-T1 | Tipologia ≥ T6 | Área útil até 250 m2 | Área útil ≥ 5.000 m2 |
Imóveis de particulares | 28€ + IVA | 65€ + IVA | Não aplicável | Não aplicável |
Edifícios de comércio e serviços | Não aplicável | Não aplicável | 135€ + IVA | 950€ + IVA |
Para além destes valores, deves considerar ainda o montante que terás de pagar ao perito qualificado. Como estes valores não estão tabelados, o custo pode oscilar consideravelmente: daí ser tão importante pedires vários orçamentos antes de escolher um perito.
É possível ter isenção no pagamento do Certificado Energético, caso reúnas as seguintes três condições:
o documento original esteja dentro da validade;
tenham sido implementadas as recomendações de melhoria de eficiência energética;
após a implementação, a habitação obtenha uma classificação de, no mínimo, B-.
Que preocupações legais devo ter?
Antes de mais, é importante estares ciente de que o Certificado Energético não é vitalício. Assim, para edifícios de habitação e para pequenos edifícios de comércio e serviços, a validade é de 10 anos. Caso se tratem de grandes edifícios de comércio e serviços, o prazo de validade é reduzido para oito anos.
Se não cumprires com estes prazos, poderás estar sujeito a pagar uma multa ao Estado. Para além disso, é também obrigatório por lei ter este documento em dia quando publicitares o imóvel para venda ou arrendamento.
Para particulares, a coima varia entre os 250 euros e os 3.740 euros. Para empresas, o valor por incumprimento varia entre os 2.500 e os 44.890 euros.
Sê amigo do ambiente, investe na tua casa
O Certificado Energético é também uma forma de levar as pessoas a serem mais ecológicas. Por um lado, ajudas o ambiente e, por outro, consegues poupar bastante nas faturas mensais de energia.
Quanto melhor for a avaliação energética da casa, à partida mais elevado será o seu preço. No entanto, uma maior poupança energética significa uma redução de custos significativa, acabando por se traduzir num bom investimento futuro.
Isto significa que, caso o teu Certificado Energético tenha recomendações – que são apenas isso, não sendo obrigatórias de implementar – talvez seja melhor investir algum dinheiro para melhorar a tua habitação.
A verdade é que, no mercado imobiliário, ter um Certificado Energético com as classes A e A+ permite um acréscimo de 10%, em média, no valor da tua casa. Outras vantagens passam pelos benefícios fiscais no IMI e IMT, bem como no acesso a financiamentos para a realização de obras com condições mais competitivas.