Os aumentos na função pública para 2024 trouxeram um novo alento aos trabalhadores do Estado, depois de anos de contenção salarial. No início deste ano, o Governo português implementou uma série de aumentos salariais, acompanhados de importantes alterações legislativas que visam garantir maior justiça e equidade dentro da administração pública.
O que aconteceu em 2024?
Em janeiro de 2024, os funcionários públicos viram os seus salários ajustados com um aumento mínimo de 2,5%, uma medida que o Governo havia prometido no final de 2023. Estes aumentos refletiram a necessidade de corrigir o poder de compra dos trabalhadores face à inflação crescente. A par disso, o salário mínimo na administração pública foi atualizado, passando de 761 euros para 852 euros mensais, beneficiando muitos dos trabalhadores nas categorias salariais mais baixas.
A medida não se restringiu apenas ao aumento percentual. Houve também uma revisão da tabela remuneratória única, uma alteração fundamental que visou garantir uma maior diferenciação salarial entre categorias e escalões de responsabilidade, permitindo que as funções com maior complexidade sejam justamente valorizadas.
Os aumentos tiveram impacto?
Os aumentos na função pública de 2024 tiveram um impacto significativo, especialmente para os trabalhadores com rendimentos mais baixos, garantindo uma maior redistribuição de rendimentos no seio da administração pública. Estes aumentos foram vistos como essenciais para proteger o poder de compra e para continuar a atrair profissionais qualificados para o setor público.
O Governo sublinhou que os ajustes foram cuidadosamente desenhados para garantir que a função pública se mantivesse competitiva, com especial atenção às necessidades dos trabalhadores que lidam com funções de maior responsabilidade.
Segundo o Ministro das Finanças, "estes aumentos são um passo crucial para valorizar o trabalho realizado pelos funcionários públicos, garantindo que eles sejam justamente recompensados por seu esforço e dedicação".
O desenrolar das negociações
As negociações para estes aumentos foram intensas. Os sindicatos pressionaram por aumentos mais significativos, argumentando que o custo de vida exigia uma resposta mais forte. No entanto, o Governo defendeu que o aumento de 2,5%, aliado à revisão da tabela remuneratória, foi um compromisso equilibrado que permitia uma recuperação salarial gradual sem comprometer a sustentabilidade das contas públicas.
A Frente Comum destacou que, embora os aumentos sejam bem-vindos, é necessário um plano mais robusto para garantir que os trabalhadores da função pública continuem a ver o seu poder de compra recuperado nos próximos anos.
Quais as principais alterações legislativas?
Para que os aumentos na função pública de 2024 fossem implementados, foi necessário alterar vários decretos-lei que regulam as carreiras e remunerações dos trabalhadores do Estado. Entre os principais diplomas legislativos alterados, destacam-se:
Decreto-Lei n.º 10-B/2020: Este decreto, que anteriormente regulamentava as medidas de valorização salarial, foi ajustado para refletir os novos aumentos salariais de 2024, incluindo a atualização do salário mínimo e a revisão da tabela remuneratória.
Decreto-Lei n.º 53-A/2022: Este decreto, que trata do regime de progressões e promoções nas carreiras públicas, foi revisto para adaptar as novas disposições salariais e permitir que a revisão da tabela remuneratória única fosse incorporada, garantindo maior justiça nos ajustes salariais.
Decreto-Lei n.º 84-F/2022: Regulamentando as carreiras gerais da administração pública, este decreto foi alterado para integrar os aumentos de, pelo menos, 2,5% nos vencimentos, assegurando que os ajustamentos fossem aplicados de forma equitativa em todas as categorias profissionais.
O futuro da Função Pública
Com os aumentos na função pública de 2024 agora em vigor, a grande questão é o que virá a seguir. As negociações entre sindicatos e Governo continuarão nos próximos anos, com o foco em garantir uma recuperação salarial consistente e a modernização da administração pública, tanto em termos de remuneração quanto de condições de trabalho.